terça-feira, 4 de dezembro de 2012

BÍBLIA. AS SETE DISPENSAÇÕES


Um estudo muito interessante que  permite nos situarmos dentro da cronologia da palavra de Deus.

Gêneses por exemplo não está em primeiro porque foi escrito primeiro, mas sim porque Ele trata do princípio. Vemos nas escrituras muitos livros que foram escritos depois e estão colocados antes, como por  exemplo o livro de Oséas e o de Jeremias.

Entendemos que a Bíblia não foi montada por ordem de escrita, mais por ordem profética da vontade de Deus ( II Pe. 1:20-21 ) ou seja, quando compreendemos mais sobre dispensações, temos mais facilidade em estudar a palavra de Deus e ficamos mais imunes as heresias, e aos textos sem contextos.

O estudo das dispensações revela os vários métodos usados por Deus em Suas relações com as diferentes classes de povo através dos vários períodos determinados por Ele a fim de lograr o Seu propósito. Por conseguinte, é necessário distinguir ou separar esses diversos períodos, a fim de "manejar bem a Palavra da verdade", como Paulo exortou a Timóteo (  II Tm. 2:15 ).

"Manejar bem" a Palavra significa, "fazer um corte reto". O pedreiro constrói a parede em linha reta. O carpinteiro risca a obra em linha reta. O agricultor ara a terra em linhas retas. Semelhantemente, o obreiro do Senhor que interpreta a Bíblia, terá que interpretá-la corretamente, em linha reta!
 Para conseguir esse resultado, o intérprete da Palavra terá que entender os períodos ou "dispensações" e isso por sua vez requer o estudo diligente das Escrituras e a observação minuciosa da revelação divina aos homens.

Na Bíblia aprendemos a verdade sobre a Igreja, sua origem e destino, a relação entre a graça e a lei, e bem assim as instruções necessárias para o crente.
A profecia é parte integral das Escrituras e podemos afirmar que a Bíblia é o único Livro no mundo que apresenta legítimas profecias, autenticadas pelos acontecimentos históricos posteriores.

As  "dispensações" bíblicas constituem a "espinha dorsal" das Escrituras.

 A interpretação certa das profecias dependerá do conhecimento dessas épocas históricas e os respectivos pactos vigentes entre Deus e os homens.
A formulação sistemática dessas verdades divinas, que o estudo das dispensações proporciona, muito contribuirá para evitar erros e grande confusão na interpretação da mensagem de Deus aos homens.

Muitas profecias já se cumpriram, muitas estão se cumprindo, e muitas ainda se cumprirão.
 Para quais povos foram dirigidas e em que época?

 "Distingam-se os períodos e as Escrituras se harmonizarão." (Agostinho)


Antes falaremos um pouco sobre  três classes de povos:(I Co. 10:32).

1- Judeu:  São os Nativos de Israel  ( Jo. 1:12 ).

2- Gentio: Todo aquele que não é Judeu ( Gregos, Romanos,etc... ).  
   
3-  Igreja: Todos que se convertem a Cristo, fundador da Igreja. Tanto judeus como Gentios ( Ef. 2:11-14 ).

Estas são três distintas classes de povos com quem Deus tem relações, o judeu, o gentio, e a igreja de Deus.  Obviamente, a interpretação correta duma determinada passagem dependerá de sabermos a qual desses povos Deus está falando. O texto e o contexto da passagem revelarão a resposta.


Vejamos também três principais séculos do tempo:

Definição da palavra "Século": Nas Escrituras essa palavra é usada para designar um período de tempo entre duas grandes mudanças ou transformações bruscas na superfície ou condições do globo, passíveis de alterar as circunstâncias dos seus habitantes               ( Mt.13:39,49; II Co.4:4; Gl.1:4 ).
Esses "séculos" não se referem a períodos de 100 anos como pode parecer, e, sim, a períodos muito longos que bem podemos chamar de "eras" ou "épocas".                              
                                             Denominam-se :

1- O "Século Ante - Diluviano" abrange tudo desde a criação do mundo até ao Dilúvio.

2- O "Século Presente" abrange todos os tempos desde o Dilúvio até ao Milênio.

3- O "Século Vindouro" abrange o Milênio e as sucessivas épocas que se confundem com a própria eternidade.

Além desses "Séculos" principais, as Escrituras mencionam outros, como sejam as eras criativas. Quando Deus criou o mundo, criou também uma sucessão de eras ou "séculos" posteriores ao Milênio, chamados de "Séculos vindouros"  ( Ef. 2:7 ).

O estudante deve identificar esses três "Séculos" no Mapa das Dispensações. 

  Isto não significa que as Escrituras compõem-se de seções independentes umas das outras ( II Tm.3:16 ).

O fato é que as dispensações até certo ponto se sobrepõem, e algumas que vigoravam em passado distante continuam de pé quanto ao trato de Deus com os homens.

Existem certas interpretações das Escrituras que chamamos de "ultra - dispensacionalismo".

Essas teorias reservam as bênçãos pronunciadas por Deus exclusivamente para o povo que viveu dentro de uma determinada dispensarão.

Cremos que as bênçãos de Deus são para o Seu povo, seja qual for a dispensação em cada momento histórico  (  Rm. 15:4 ).


Vamos às Dispensações.

Dispensação: É um período de tempo em que Deus prova o homem através de uma revelação divina.

Toda dispensação começa com uma aliança e termina com um juízo.

 Vale lembrar que estamos já na sexta dispensação que é a graça, ou seja, cinco períodos cronológicos já ficaram para trás, restando só mais um período à frente, o Milênio. Isto é mais uma prova que estamos às portas do fim.
                        

                                As Dispensações são as seguintes:

1- Inocência.  2- Consciência.  3- Governo  Humano.  4- Patriarcal.  5- Lei.           6- Graça.  7- Milênio.                  
1 - INOCÊNCIA:

Por quê inocência? Ambos andavam nus e não se envergonhavam (Gn. 2:25 ).

 - Aliança: Edênica (Gn.2:25 ). A aliança edênica, feita no Éden  condicionou a vida do homem no estado da inocência.

           - Período de duração: incerto. Da criação até a queda do homem. Período em que o homem tinha plena comunhão com Deus, até que entrou o pecado no mundo pela desobediência de Adão.( Gn. 2:18-20 ; Gn. 3:6 ).

          - Juízo: Expulsão do homem do jardim do Éden ( Gn. 3:22-24 ).

     
                                             2-CONSCIÊNCIA:

Por quê consciência? E viram que estavam nus ( Gn.3:7 ).

          - Aliança: Adâmica (Gn.3:15-23). A aliança com Adãoque condicionou a vida do homem decaído, oferecendo a promessa dum Redentor.

        - Período de duração: Aproximadamente 1.656 anos (da queda ao dilúvio).  Período em que o homem começou a se multiplicar  (Gn.4:1), e, a maldade do homem também   ( Gn.4:8-26 ; Gn. 5:1-32 ; Gn. 6:1-22 ).

         - Juízo:  Dilúvio ( Gn.7:17-21 ).

                           
                                       3 - GOVERNO HUMANO:

      - Aliança: Noética ( Gn. 9:1-17 ). A aliança com Noé, que estabeleceu o princípio do governo humano e assegurou a continuação da vida sobre o planeta.

         - Período de duração:  Aproximadamente 427 anos ,do dilúvio até a dispersão do homem sobre a face da terra. Antes do dilúvio o homem tinha liberdade de seguir ou rejeitar qualquer caminho. Foi quando Deus instituiu o governo humano como que um freio nos delitos humanos ( Gn. 9:26 ). Noé e sua família eram os únicos sobreviventes do dilúvio. Noé era o pai do século pós - diluviano. Noé foi testemunha ocular do juízo de Deus sobre o mundo.

         - Juízo:  Dispersão, confusão das línguas  ( Gn. 11:7-9 ).

      
                                            4 - PATRIARCAL:

         - Aliança:  Abraâmica  ( Gn. 12:1-3 ; Gn. 17:9-14 ). A aliança com Abraão, que daria início à nação israelita.

         - Período de duração:  Aproximadamente 430 anos. Iniciou-se mais ou menos 1963 anos a.c., ou seja, 427 anos após o dilúvio. Foi um tempo em que o homem viveu sob a obediência mediante a fé. Nessa Dispensação nasceram os pais das nações, os filhos de Jacó: Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar, Zebulom, Dã, Naftali, Gade, Aser, José, Benjamim.
         Desses doze filhos mais tarde se formariam as doze tribos de Israel.

         - Juízo:  Escravidão no Egito. ( Gn. 15:13 ; Ex. 1:8-11 ).

                  
                                                  5 - LEI:

         - Aliança: Mosaica  ( Ex. 19:1-8 ) , ( Ex. 20:1-20 ) . A aliança com Moisés, que condena todos os homens, "porque pela lei ninguém conseguiria se salvar." ( Gl.3:10-11 ).

         - Período de duração: Aproximadamente 1.430 anos, desde a saída do Egito até  Cristo ( Jo. 1:17 ).

A maior parte da Bíblia é dedicada a esta dispensação. Ela iniciou no Sinai ( Ex.20.1-20 ), e terminou  na cruz de Cristo (Jo. 19:30 ) ; (Gl. 3:13). Nessa Dispensação mais de 600 mandamentos e estatutos foram dados por Deus ao povo de Israel. Uma Dispensação que detalha a vida religiosa, política, social, e comercial de Israel. Mostra também uma relação detalhada do homem com Deus. Na vasta Dispensação da lei Deus mostra para o homem de uma vez por todas que esse não seria capaz de se salvar pelos seus próprios esforços.   ( Rm. 3:20 ; Gl. 3:24-29 ). Nessa Dispensação se construiu o tabernáculo que foi o primeiro templo.O tabernáculo era um templo móvel que o povo  de Israel montava quando assentava acampamento, e desmontava quando levantava  acampamento ( Ex. 40:17-38 ), era no tabernáculo que o povo de Israel prestava sacrifícios ao Senhor e cumpriam com as determinações sacrificiais da lei estabelecida por Moisés. Mais tarde Salomão edificaria um templo fixo para a adoração ao Senhor ( I Rs. 6:1). Os utensílios do tabernáculo foram levados para esse templo ( I Rs. 8:1-4 ). Grandes sofrimentos sobrevieram sobre o povo de Israel nessa Dispensação, pois foi uma época de muita desobediência ao que havia sido determinado a esse povo, ' a Lei '. 
         No deserto peregrinaram quarenta anos por não acreditarem na promessa de herdar a terra prometida e a infamaram levantando o povo contra Moisés e Arão, exceto Josué e Calebe ( Nm. 13:32-33 ; Nm. 14:1-38 ).  Homens foram engolidos pela terra (Nm. 16:31-33 ).  Passados os quarenta anos entraram na terra prometida conduzidos por Josué, mas após a sua morte o povo de Israel tornou a se desviar dos caminhos do Senhor e  Deus os entregou nas mãos do inimigo ( Jz. 2:13-15 ), e por muitas vezes o Senhor trouxe escapes para o povo, e por muitas vezes o povo deixou o Senhor (Jz. 10:13-15 ). Então anos se passaram e o Senhor levantou um grande juiz e  profeta chamado Samuel  que julgou Israel todos os dias da sua vida ( I Sm. 7:15). Porém o povo pede um rei no lugar de Samuel e o Senhor lhes concede ( I Sm.8:1-22 ). O nome desse rei era Saul da tribo de Benjamin ( I Sm. 10:17-24 ) e reinou sobre Israel durante quarenta anos ( At. 13:21 ). E suicidou-se Saul, tendo sido Davi, homem segundo o coração de Deus ungido para ser rei em Israel ( I Sm. 13:14 ). 

O reinado de Davi é uma prefiguração do reino messiânico de Cristo.
O estabelecimento de Jerusalém como a cidade santa, o recebimento do gracioso concerto davitico da parte de Deus e a promessa profética de um reino eterno ( II Sm. 7:12-13 ). 

Depois de Daví muitos reis foram levantados em Israel, como podemos ver nos livros dos Reis e das Crônicas. Antes e depois dessa época,  muitos profetas de Deus foram enviados para proclamar o arrependimento ao povo. Dentre esses profetas está Jeremias,  que anunciou um juízo que viria a Israel chamado Cativeiro Babilônico, que foi um período de setenta anos que o povo ficou afastado da sua nação em cativeiro ( IICr. 36:11-21 ; Jr. 1:3 ) ; Jr. 25:1-11). Jerusalém foi assolada e o templo destruído. O maior motivo do cativeiro foi o não guardar o ano sabático que era o ano de descanso da terra ( Lv. 25:3-4 ; Lv. 26:33-35 ). Foram anos de lembranças e choro em terra alheia ( Sl. 137:1 ). Os profetas Ezequiel e Daniel são dos que também foram levados ao Cativeiro Babilônico.                        
Passados os setenta anos o Senhor fez regressar o povo através de Ciro, rei da pérsia        ( Ed. 1:1-11 ). Jerusalém é edificada com a obra comandada por Neemias ( Ne. 2:5 ), e o templo reconstruído no comando de Zorobabel ( Ed. 3:8 ). Quando Israel estava novamente em ordem se começou novamente a leitura da Lei do Senhor determinada a Israel, através de Esdras, o escriba ( Ne. 8:16 ).
         O povo de Israel cuja dispensação da lei foi confiada, não conseguiu ser fiel a esse concerto, pois sempre se esqueciam da lei do SENHOR. Aliás, foi sempre o homem quem quebrou todas as alianças que Deus fez com ele.

         - Juízo: O Cativeiro Babilônico ( II Cr. 36:11-21 ) que prefiguraria uma  dispersão em forma de perseguição ao povo Judeu. Como veremos nos versículos a seguir:        
                   (MT 24.1-2): Destruição do templo.
                   (MT 27.25) :  Israel deixou de ser Nação e o povo judeu foi disperso e perseguido. Milhões de Judeus foram torturados e mortos nos períodos seguintes a crucificação do Messias.
   
                                              
                                                        6 - GRAÇA:

        - Aliança: Palestínica. Restauração final de Israel ( Lc. 1:26-55 );( Ef. 1:10 ).

       - Período de Duração: Este período já está durando aproximadamente 2.000 anos. Vai da crucificação de Jesus Cristo até a sua segunda vinda ( I Co. 15:52 ). A morte de Cristo serviu para Deus abrir ao homem um 'novo e vivo caminho' de acesso a sua pessoa pelo rasgar literal do véu que nos separava ( Mt. 27:51 ). Nessa gloriosa dispensação surgiu a Igreja de Jesus ( At. 2:2 ).        
           
         - Juízo: A Grande Tribulação ( Mt. 24:15-28 ), sob o domínio do anti - Cristo ( II Ts. 2:1-12 ).              

           Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém  vem ao Pai se não por mim.  ( Jo 14.6 ).                                                                                                                                                                               

7- MILENIAL:

- Aliança: Davítica. A aliança com Davi, que promete o trono de Israel à posteridade de Davi, promessa que se cumprirá em Cristo, o "Filho de Davi" ( II Sm. 7:16 ; I Cr. 17:7 ; SI. 89:27; Lc 1.32,33 ).

juntura do "século" presente e o vindouro fornece um nítido exemplo de sobreposição das dispensações, isto é, que às vezes há um período transitório entre uma e outra. As suas fronteiras não são bem demarcadas. Assim vemos que certos prenúncios do Milênio apresentam-se pelo menos sete anos antes, servindo de introdução a este período. Uma boa parte da população da terra terá desaparecido durante os juízos divinos e terá havido muitas mudanças nas distinções entre as nações e bem assim os limites geográficos de suas terras. O próprio Cristo voltará literalmente a esta terra onde Ele esteve durante mais ou menos 33 anos e pessoalmente reinará sobre a mesma por um espaço de 1.000 anos, e consigo trará a Sua igreja dos redimidos que voltará dos céus onde foi levada na hora do arrebatamento e da primeira ressurreição.

- Período de Duração: 1.000 anos ( Ap. 20:1-7 )

- Juízo: O grande trono branco  ( Ap. 20:11 ).


Deus sempre teve em mente um propósito definido, que é o Seu plano da redenção dos homens. Ele prepara um glorioso destino para Seu povo redimido, tanto na terra como no céu. Esse propósito se concretizará com o segundo advento do Redentor, que reinará sobre o mundo em justiça. Depois de ter assim regido o mundo, durante 1.000 anos, entregará o reino nas mãos do Pai. Então será estabelecido um novo céu e uma nova terra, na qual habitará a justiça para sempre. Deus será supremo e terá a obediência de todos no universo               ( I Co. 15:28 ).


Dica de leitura: O Plano Divino Através dos Séculos ( N. Lawrence Olson )


Que Deus abençoe a todos.                                               Pr. Marco.



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